O exercício consiste em desaparecer no seu próprio
“eu”. Num esquecimento tão, tão profundo, que se esquece no finito. A imensidão
de pensamentos parte do deduzível – nunca de instinto – e especificadamente de
opções e segundas intenções. O ser humano a cada passo que se torna mais
inteligente, nota que cada vez o é mais difícil de progredir. E seguir em
frente ignorando o ignorante, o absurdo absoluto, o nada inabalável, a crueldade
do silêncio, a agonia da solidão, a sensibilidade de ser, o beijo que não se esquece,
o suspiro e os tragos nos cigarros, é aceitável, mas insuperável – e
maldosamente insuportável.
Uma
avalanche de imagens fere o cérebro humano constantemente. E com isso a maioria
se engana, achando que isso é pensar. Quando na verdade, é imaginação sem
criatividade e uma cópia realizada por seus sentidos (não confiáveis),
projetando na voz interior a falsa sensação de pensamento. Esses comuns humanos
não realizam cogitações, apenas confirmações – sem fundamentos – registrando
consigo dados, acostumados a inserir realidades não sigilosas, engolir vomito alheio,
finalizam projetando, além de tudo, a falsa segurança; que para alguns, é
melhor que nada.
Ao
ter em mente que o livro do mundo é o que mais nos ensina, precisamos de alguma
maneira, abrir os olhos.
O
gozo do real pensar é saber que não se
chega a lugar nenhum. Que iremos, decerto, morrer – e sozinhos. Portanto,
pensar nos leva a consciência, o que é perigoso, mas quando pisar no chão e já
não sentir o peso das botas, quando um dente podre doer e cair deixando a carne
indolor, a amplitude da loucura, a insanidade do desespero, e o pulsão de
explodir; irá trazer um semblante sério com olhar sofrido, e o saber de que a
inteligência – como o amor – não é suficiente; e no horizonte, o enxergaram com
um sorriso faceiro e depois te pegaram rindo à beça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário